O lobo da Planície

O lobo da Planície

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A velha



Ela tinha seus 16 anos e estava no fundo do centro de cultura para mais uma apresentação do café literário do seu colégio, era uma apresentação sobre os tempos de ditadura contra qualquer tipo de atrocidade e repressão, faltava pouco para a sua vez, ela estava nervosa mais ao mesmo tempo feliz, ela tinha seus 16 anos, não existia o amanhã e não cogitava maiores preocupações, mas ali estava...O coração acelerava quando cada grupo saia, porque estava perto da sua vez, ela iria entrar no palco com seus colegas de 16 anos também e finalmente apresentar, sua saia era de hippie seu cabelo solto e bagunçado, a luz ardia os olhos, e seu corpo era testado com os olhos da platéia, pais, irmãos, professores, e cadeiras, mais só seu lado estava claro, porque mesmo no meio de tantos outros adolescentes, ela era o alvo, ela estava apresentando ativamente seu papel, eram os seus 16.Os 16 anos passaram chegaram seus 17, 18, 30 anos.Agora ela estava La, no mesmo centro de cultura, mas não era no fundo ensaiando, ela era os olhos que faziam arder os olhos do palco, não se podia mais ver a luz forte , era o escuro, a parte escura de quem só vê o espetáculo sentada na cadeira,as horas passaram e acabou.Pessoas saindo, sorrisos adolescentes, saias tinta e musica.Agora ela voltava sozinha por um beco escuro, constrangida, sentindo frio e invisível tudo tinha passado e sim ela perdera seus 16 anos.

A janela e a mulher

É incrível como o tempo não passa, sim ele esta congelado, e sempre a mesma janela pela manhã, pela tarde e pela noite, nunca muda. A visão desse horário de 17 e 05 são os mesmos morros verdes longes, quentes... Odeio-os, na verdade ele faz deixar o meu quarto mais pesado e quente sendo que o ventilador não ajuda ao menos o barulho tira o silêncio enlouquecedor do lugar. Tenho uma maldita prova de matemática amanhã e não consigo estudar, meu senso de responsabilidade deve estar sendo vencido por essa maré de melancolia. Minhas costas doem e a cama me chama da maneira mais irresistível possível, eu não quero dormir, não quero mais ficar fugindo dessa maneira idiota, mas ao mesmo tempo não consigo pensar em nada para sair dessa mesmice. Sinto falta de Itabuna, das ruas insignificantes, da paulino vieira, da cinquentário, da minha casa do Salomão e da minha inútil beliche que so faz deixar o quarto mais incomodo, mas sinto falta.Os pratos da pia estão aumentando, a sacola já não agüenta o peso do lixo, fazendo com que caia restos na área de serviço, pela noite as luzes são acessas, pânico, fobia, desespero, desanimo...



Pequena mudança

Bem infelizmente perdi a senha do Lobo da Estepe então resolvi fazer outro blog semelhante e mudar o nome...Ahh até que não ficou tão diferente, porque Lobo da Estepe e Lobo da Planície são sinônimos =)

O lobo da Estepe



(21h42min) Vamos La, vamos justificar essa imagem, quero dizer essa imagem do livro O lobo da Estepe, eu poderia ter colocado qualquer outro nome para este blog, mas escolhi esse, de um determinado livro que uma colega de faculdade me emprestou, (detalhe ^^, ainda não li), mas isso vai ser escrito no decorrer da nossa grande caminhada hahaha, sim caminhada ou seja la como preferir, no final das contas espero que tudo faça sentido.Bem esse livro o qual ainda não li fala sobre Harry que acredita que sua integridade depende da vida solitária que leva em meio as palavras de Goethe e as partituras de Mozart típico de um intelectual de 50 anos tentando equilibrar-se á beira de um abismo dos problemas sociais e individuais, ante os quais sua personalidade se torna cada vez mais ambivalente e, por fim, estilhaçada.Basicamente a grosso modo é sobre isso que fala o bendito livro.Imagino que deve ser absolutamente bizarro escrever sobre algo que não se tenha lido, mas eu gosto de imaginar sobre coisas que não faço a menor idéia, até porque quando eu começar a ler, e até mesmo terminar de ler vou ter uma visão totalmente diferente do que eu imaginava, isso me faz lembrar dos meus 10 anos quando meus pais resolviam mudar de casa por alguma razão, eu sem conhecer o lugar onde moraríamos imaginava como seria a casa, o banheiro, meu suposto quarto, e quando finalmente fizemos a mudança cheguei na casa com a imagem da mesma gritando na minha mente, ‘’Não era assim que eu imaginava’’, isso é de uma certa forma bem frustrante, agora eu tenho uma imagem diferente do livro que pretendo ler, e sei que essa mesma imagem será quebrada e ficarei literalmente frustrada.